domingo, outubro 15, 2006

Entrevista exclusiva: Nuno Prata

Após ter editado o seu primeiro albúm "Todos os dias fosses estes/outros", pela editora Turbina, Nuno Prata, um dos mais recentes nomes do panorama musical português, concedeu uma breve entrevista ao Onda Curta. Para saberes mais sobre a música deste artista, podes sempre ouvi-lo durante os próximos Sábados na tua Rádio Vidigueira.


Onda Curta (OC): Como surgiu este projecto?
Nuno Prata (NP): Em Setembro de 2002 gravei sozinho em casa uma maqueta com 12 das canções que tinha feito até então. Foi o passo decisivo para me aperceber do gozo que me dá fazer canções, trabalhá-las e tocá-las.

OC: Tem sido fácil promover e desenvolver o teu trabalho?
NP:
Para fazer música basta ter ideias e vontade de as trabalhar. Depois, não havendo poder económico ou de lóbi, todo o resto do processo se torna extremamente difícil. A verdade é que quando queremos efectivamente fazer alguma coisa, fazemos; e se as circunstâncias não são as ideais, adaptamo-nos às circunstâncias.

OC: Porquê a edição deste álbum pela Turbina?
NP: Tive contactos com seis editoras, na maioria independentes, tendo em vista a edição do meu trabalho — desde reuniões marcadas pela secretária a contactos informais por interposta pessoa. As pessoas que criaram a Turbina, e que conheço há mais de dez anos, foram as únicas que quiseram fazê-lo.

OC: Que influências utilizas na tua música?
NP: As canções surgem como tentativa de resposta a questões que me vou pondo. Influencia-me tudo aquilo que possa dar origem a essas questões. Na fase seguinte, dos arranjos, a minha grande influência é a musicalidade do Nicolas Tricot.

OC: Consideras ter atingido o que desejavas em termos de sonoridade e estilo?
NP:
Não andei, não ando à procura de um estilo. A sonoridade que queria para o disco era a que reflectisse fielmente o som dos instrumentos utilizados. Como a maior parte dos instrumentos eram acústicos, consequentemente mais difíceis de gravar sem uma boa sala, sem bom material e sem um técnico de som com experiência, o som ficou um pouco aquém dessa ambição.

OC: A aceitação do público tem estado dentro ou aquém das expectativas?
NP: Nunca tive grandes expectativas. As poucas que tinha perdi-as quando comecei a tocar ao vivo em 2004 — tanto fui bem recebido como completamente ignorado. Nas apresentações que agora tenho feito tem-me surpreendido que sejam pessoas com metade da minha idade as que mais vibram com a saída do disco.

OC: Que projectos tens para o futuro?
NP: Tocar ao vivo e tentar rentabilizar pessoalmente e financeiramente o investimento que foi feito. Trabalhar as canções que tenho guardadas.


O Onda Curta agradece a Nuno Prata a disponibilidade para responder a estas questões e deseja-lhe as maiores sortes para o seu projecto!