terça-feira, setembro 12, 2006

Remédio Santo: entrevista exclusiva

Em destaque desde finais de Agosto no Onda Curta, os Remédio Santo, um quarteto de Lisboa caracterizado pelo seu rock cantado em português, editou recentemente o seu albúm de estreia, "Arritmias". Após algumas questões, ficámos a conhecer melhor a banda, nesta entrevista exclusiva que nos foi concedida.


Onda Curta (OC): Quem são os Remédio Santo?
Remédio Santo (RS): Os Remédio Santo formaram-se em 99, a banda tinha como objectivo gravar uma maquete e começar a tocar ao vivo. A coisa tornou-se mais séria, e com o passar do tempo surgiram alterações no line-up, o que é normal nas bandas. Ou seja, ao fim de algum tempo, só fica quem realmente gosta daquilo que faz. A formação que gravou o disco estava junta à quatro anos, tendo saído o baterista em Março deste ano. Os Remédio Santo são: Paulo Pereira (Voz / Guitarra), Hélder Duque (Guitarra), Ricardo Ramos (Baixo) e Nuno Alves (Bateria). É com esta formação que estamos a promover o disco ao vivo.


OC: Quais as vossas inspirações para este trabalho, "Arritmias"?
RS: As inspirações são várias, mas tentamos falar de coisas do dia-a-dia que acontencem connosco ou sobre aquilo que se passa à nossa volta e nos desagrada. Cada um tem as suas preferências músicais. São todas muito diferentes, desde o punk, o Rock, passando pelo metal.... tudo o que seja música.... e que a gente goste. O que fizemos foi juntar um pouco de tudo o que gostamos e criámos o nosso som.


OC: Qual o feedback, que até agora, vos tem chegado por parte do público e da crítica?
RS: Os resultados têm estado a ser bastante positivos, visto que não estamos a trabalhar com nenhuma promotora/agência e o disco é uma edição de autor. O Ska Santo, 1º single deste disco, tem tido bastante airplay quer das rádios nacionais, quer das locais. A nossa agenda tambem tem estado bem preenchida com concertos e entrevistas. Neste momento estamos a fazer as Fnac´s e notamos que algumas pessoas já se deslocam para assistir aos nossos concertos, não são só curiosos. As críticas têm ajudado à divulgação do trabalho e algumas servem para nos manter com os pés no chão. É o normal, quando se lança um primeiro trabalho discográfico.


OC: Consideram que existem apoios suficientes para a nova música portuguesa?
RS: Os Remédio Santo, como muitas bandas, optaram por fazer uma edição de autor. Ou seja, não ficámos à espera que o Sr "A", ou o Sr "B", tivesse tempo para nos receber no seu escritório e que depois juntá-se o nosso CD, aos outro que tem, mas ainda não ouviu, nem vai ouvir. O que queremos dizer é que "ou és muita bom" ou então tens um "padrinho" que te consegue um contrato a sério com uma editora, não um contrato em que a banda paga o estúdio e ainda tem de comprar 500 cópias.... Andamos nisto há já algum tempo e já percebemos como é que as coisas funcionam. Cada vez há mais bandas a editarem os seus próprios discos. O problema é conseguir arranjar uma distribuidora que te faça chegar os discos a todo o lado. Quanto a apoios estatais, existe a questão do IVA, mas aí tambem as editoras voltam a meter o nariz, pois são demasiado gulosas para baixarem o preço dos CD´s. O preço que um CD fica, quando sai da fábrica é multiplicado por 12, 13 ou 14 vezes mais.E depois ainda se queixam que os discos ficam nas prateleiras.....e que não podem apostar em bandas.


OC: O que é que o os Remédio Santo nos reservam no futuro?
RS: Vamos continuar a fazer os concertos de promoção ao "Arritmias", queremos divulgar este disco ao máximo, pois "isto só agora é que começou". Em breve, vamos apostar num segundo single para as rádios. Estamos tambem a trabalhar temas novos, com vista a inclui-los no próximo álbum. Mas, para já o que interessa mesmo, é espremer este disco ao máximo.


O Onda Curta agradece aos Remédio Santo, especialmente a Paulo Pereira, desejando as maiores sortes para a carreira da banda!